A exposição virtual “Mulheres na Bateria: A Revolução do Ritmo” celebra a trajetória de mulheres que desafiaram barreiras e marcaram seus nomes na Ala da Bateria da Estação Primeira de Mangueira. A composição da ala, razão de ser das escolas de samba, coração pulsante do desfile, foi tradicionalmente composta pelo gênero masculino. Desde sua fundação, a Estação Primeira de Mangueira manteve a tradição em sua bateria, composta apenas por homens.
Cenário estabelecido e naturalizado, o universo que engloba as baterias da escola de samba, por muitos anos foi predominante composto por homens, entretanto, seu status vem sofrendo transformações substâncias ao longo dos últimos anos, alterando esta realidade para uma integração e presença massiva de mulheres na bateria da agremiação.
Momento marcante no caminhar dessas transformações para a Verde-e-Rosa se deu em 2006, ano que um concurso idealizado pelo então presidente da bateria Ivo Meirelles buscava mulheres para compor a bateria da escola. As candidatas deveriam enviar para o e-mail da escola: uma foto, nome completo, filiação, data de nascimento, endereço, telefone de contato e o instrumento que soubesse tocar. A seleção contava com os mestres Russo, Gatto e Marrom como seus avaliadores e as vencedoras, 11 mulheres já do ramo, instrumentistas de renomados artistas como Renato Aragão, chegavam a Verde-e-Rosa como a novidade para o carnaval de 2007.
O feminino é marca indubitável da Estação Primeira de Mangueira, seus nomes são marcante expressão da cultura não só carioca, mas brasileira. Personalidades como Dona Neuma, Dona Zica, a porta-bandeira Mocinha, Neide, Bisteka, Tia Suluca, Alcione, Leci Brandão, Evelyn Bastos, Tia Fé, entre tantas outras, evidenciam a participação feminina ativa na agremiação, da sua fundação a contemporaneidade, passando por todas as dimensões que compõe uma escola de samba, do preparo da feijoada ao ensaio na quadra, da confecção das fantasias à Sapucaí, da ala das baianas a bateria. Acessar suas histórias, escancarando sua presença e celebrando sua existência em um universo majoritariamente ocupado por homens nos permite pensar na escola que sonhamos não só no presente, mas também no futuro.
Na direção de uma transformação contínua dessa realidade, mulheres de mangueira seguem ocupando espaços historicamente masculinos, sendo o ano de 2024, bastante significativo, com 35 mulheres compondo a bateria da agremiação.
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Mulheres na Bateria: A Revolução do Ritmo
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